Pesquisadores confirmam que a depressão pode causar danos ao cérebro




Um estudo bem recente (publicado em junho de 2015 na resvista Molecular Psychiatry) demonstrou que a depressão persistente pode encolher o hipocampo - região do cérebro responsável pela formação de novas memórias – o que acarreta em uma perda inestimável das funções emocional e comportamental. Acesse o artigo original AQUI


O hipocampo é um órgão pequeno situado dentro do lóbulo temporal central do cérebro e faz uma parte importante do sistema límbico, a região que regula emoções. O hipocampo é associado principalmente com a memória, em particular memória a longo prazo. O órgão igualmente joga um papel importante na navegação espacial.


Dano ao hipocampo pode conduzir à perda de memória e de dificuldade em estabelecer memórias novas. Na Doença de Alzheimer, o hipocampo é uma das primeiras regiões do cérebro a ser afetado, conduzindo à confusão e à perda de memória tão geralmente - visto nas fases iniciais da doença.


Não é de agora que alguns estudos (não conclusivos) sugerem que o encolhimento do hipocampo estaria associado à depressão. No entanto, dessa vez, por meio de uma análise global e transversal de imagens cerebrais de 9.000 pessoas, os pesquisadores puderam associar com um grau maior de certeza os danos cerebrais à depressão.

Os cientistas usaram dados de ressonância magnética (MRI) do cérebro e informações clínicas de 1.728 pessoas com depressão maior e 7.199 pessoas consideradas saudáveis. Foram combinados 15 conjuntos de dados da Europa, EUA e Austrália. As amostras foram coletadas a partir da base de dados de grupo Enigma - um consórcio internacional que investiga perturbações psiquiátricas.

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Aquelas pessoas em que a depressão começa mais cedo, antes dos 21 anos de idade, ou aquelas que têm depressão recorrente, têm uma condição facilitada para o encolhimento do hipocampo. É essa recorrência que produz os danos no cérebro. As análises demonstraram que aqueles que possuem apenas um episódio de depressão ou episódios esporádicos não têm um hipocampo menor, por isso o tamanho do hipocampo não é um fator predisponente, mas sim, algo que ocorre depois, como uma consequência do estado depressivo. Isso é um fato importantíssimo para que a depressão seja descoberta e tratada o mais precoce possível.

Ainda sobre os resultados do estudo, é interessante notar que nenhuma das outras áreas subcorticais do cérebro sofreram efeito tão nocivo quanto o hipocampo. Sendo assim, fica evidente a sensibilidade do hipocampo à depressão.

A ideia dos pesquisadores agora é confirmar os danos do hipocampo causados pela depressão através de estudos empíricos. Não posso deixar de ressaltar que os efeitos da depressão sobre o cérebro são reversíveis através do adequado tratamento para cada indivíduo, uma vez que o hipocampo é uma das áreas mais importantes de regeneração do cérebro.

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